Protógenes:marcha dos excluidos
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MARIA OLÍVIA
SÃO PAULO (SP) – Às seis da tarde do dia sete de setembro, dia da Independência do Brasil, ao som da Ave Maria de Gounod e na presença de um auditório lotado, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz assinou ficha de filiação ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em São Paulo. Faltaram os prometidos tambores do Olodum, paciência. Mas ainda assim o delegado do povo, como é chamado nas ruas, cantou e fez uma arrancada política de dar inveja.
Aproveitou o momento de festa para homenagear a querida Dona Ivone Lara e mandou seu recado a quem quiser alcançar nas sábias palavras da sambista carioca : “Foram me chamar/ Eu estou aqui, o que é que há. Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho/Alguém me avisou pra pisar neste chão devagarinho. Sempre fui obediente/mas não pude resistir/foi numa roda de samba/que juntei-me aos bambas/pra me distrair/quando eu voltar na Bahia/Terei muito que contar/ó padrinho não se zangue/que eu nasci no samba/e não posso parar/foram me chamar…Já foi um avanço.
O dia começou bem para o condutor da Operação Satiagraha. Na ensolarada manhã do sete de setembro, atendendo convite de Dom Odílio Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, Protógenes participou do Grito dos Excluídos. A marcha saiu da porta da Catedral da Sé em direção ao Ipiranga. No percurso, ele foi saudado efusivamente por participantes da manifestação de protesto e questionado por militantes do PSTU do por que da filiação a um partido da base do governo, ele também um excluído, já que está afastado das suas funções na PF como “premio” por cumprir suas obrigações à frente das investigações da operação que levou para a cadeia, embora por curtíssimo período, o banqueiro Daniel Dantas, dentre outros.
Repetindo o que dissera dias antes, é caminhando que se aprende a caminhar, o delegado seguiu acompanhando os excluídos. Foi chamado a subir no trio elétrico que animava a caminhada, mas logo desceu ao encontro de jovens moradores do Capão Redondo, do Coletivo Fé e Política Dom Helder Câmara – não poderiam ter encontrado um nome melhor que Dom Helder, grande brasileiro, defensor dos pobres e oprimidos, infelizmente já em outra dimensão – e de outros bairros da periferia paulistana que queriam fotografar ao seu lado. Boa “preliminar” para a festa da sua filiação à tarde. Vale registrar que nenhum político com mandato foi avistado durante todo percurso. Estava presente e confesso que vi com olhos de quem procura a verdade dos fatos.
Maria Olivia, jornalista colaboradora do Bahia em Pauta, estava em São Paulo quando da filiação do deputado Protógenes Queiroz ao PC do B.
Estamos acompanhando a caminhada do delegado Protógenes Queiroz. Até aqui, continua firme e fiel a sua conduta e ética. Não é à toa que só ele acompanhou todo percurso da marcha dos excluídos e foi saudado pela população.
E vamos a luta com Protógenes Queiroz e os milhares de excluídos deste imenso Brasil, porque nós merecemos ser felizes.
Salve Protegenes… SP merece um politico como ele… pena que ele não se animou a se candidatar para as bandas de cá. Olivia quanto a sampa imagino que encontrou-a sempre vibrante e cosmopolita, é sempre bom passar por aí, não é mesmo?
É Laurita, parece que o Brasil tá querendo Protógenes, nosso povo tá muito carente de políticos com seu perfil e com serviços prestados ao nosso país. Sampa continua vibrante, sim. Pena que estava muito atarefada e não deu para curtir a pauliceia desvairada, mas valeu a pena.
Grande Olivinha, sua utopia – legítima e saudável – não nos deixa esmorecer de vez, “jogar a toalha” como dizia nosso saudoso Armando Oliveira. De resto, o delegado Protógenes é o nosso Elliot Ness. Numa próxima esper estar presente já que nesta não pude, embora convidado.
Amiga querida: Protógenes foi homenageado em SP e também nesta poesia escrita por você em forma de reportagem.
Vamos seguir buscando uma nova utopia. Como você já me disse, não podemos perder a esperança. Espero que depois de eleito continue o mesmo que conhecemos para alentar, outra vez, os nossos sonhos.