Protesto em Tel Aviv
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Dana Olmert: voz contra a intolerância
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“É um crime contra os homosexuais e lésbicas, mas também contra todos aqueles que defendem a liberdade e a tolerância. Se se confirma que o assassino é um homófobo, alguns deven fazer uma reflexão pessoal por suas declarações intolerantes”, protesta Dana Ormett, a filha do ex-primeiro ministro de Israel, Ehud Ormett, ao condenar o atentado contra um centro de apoio a homossexuais, durante uma festa de jovens em Tel Aviv na noite do último sábado, que deixou dois mortos e 15 feridos.
Segundo o jornal espanhol El Mundo, não se trata de uma manifestação a mais da comunidade gay e lésbica de Israel, em profundo luto pelo ataque armado em Tel Aviv que acabou com a vida de dois jovens. Seu nome é muito comum, mas não seu sobrenome, Olmet. Pela primeira vez em muitos anos, a filha do ex-primeiro ministro israelÃta, Ehud Olmert, “saiu do armário midiático”, diz o diário espanhol em matéria publica em sua edição desta segunda-feira(3).
É certo também que Dana Olmert nunca ocultou que é lésbica, vive com sua filha e sua companhjeira, participa de manifestações e desfiles gays. Mas o frio assassinato de Tel Aviv a convenceu a falar mais abertamente.
Dana -diz La Nacion- aponta suas crÃticas aos antigos aliados de seu pai no governo, o partido ultraortodoxo Shas. Apesar deste movimento social e polÃtico ter emitido domingo uma firme condenação do assassinato, Dana Olmert não esquece algumas declarações do passado.
COMO GRIPE SUINA – “Um dos problemas é que alguns dirigentes ultraortodoxos fazem comentarios homofóbicos e ninguém se levanta contra. “Criaram um caldo de cultura para o ódio”, denuncia. O ex-deputado Shlomo Benizri ofereceu em determinado momernto “ajuda para que os homossexuais sejam tratados e curados por profissionais”. O atual deputado Nissim Zeev durante o último desfile gay em Jerusalém, disse: “É preciso tratar os homossexuais como se tivessem a gripe suina”.
A classe polÃtica israelita -normalmente muito dividida- se une na condenação ao atentado de Tel Avivi. À firme condenação do primeiro ministro israelita, BenjamÃn Netanyahu e do presidente, Simón Peres, se soma a mais emotiva de Tzipi Livni. A atual lÃder da oposição foi a estrela da manifestação que atravessou a avenida Rothschild até chegar à adjacente e pequena rua Najmani, onde está a sede atacada da asociação juvenil gay.
“Mesmo que não saibamos ainda todos os detalhes, o ódio existe e precisa ser combatido. Este atentado deve despertar a sociedade para desprende-se de seus preconceitos e respeitar a todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual”, disse Livni que arrancou aplausos da dolorida comunidad gay ao exclamar: “Este crime de ódio deve dar força ao jovem para que possA dizer aos seus pais: “Papai, mamãe, sou homosexual! ou sou lesbica!”.
O portavoz da Policia, Avi Tsabari, negou firmemente a El Mundo as informações sobre uma suposta recomendação de fechar , por precaução, os locais, centros e bares homosexuais do paÃs. “Que ninguém se engane. Este local, como outros muitos da comunidade, seguirão abertos. É nossa grande vitória contra os assassinos”, disse a El Mundo, o proprietário do Bar EVITA, um dos mais frquentados pela comunidade dos gays israelenses, vizinho ao local do atentado de sábado , em que “um assassino converteu o sonho gay e plural de Tel Aviv em um sangrento pesadelo de verão em Israel”.
(Texto traduzido de El Mundo, de Madri, por Vitor Hugo Soares)