Vitor Athayde: assassinato ainda inpune
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No dia 10 de julho de 2009, portanto esta semana, completa três anos do sequestro seguido de assassinato , em Salvador, do economista Vitor Athayde Couto Filho, de 35, que não mais seria encontrado com vida depois daquela data em que foi levado de casa por seus sequestradores. Uma semana depois, a polÃcia localizou por volta de 4h30m de uma quarta-feira, na Estrada Velha do Aeroporto, o corpo do jovem e brilhante professor da UFBA, consulto da FAO – braço da ONU para assuntos de alimentação no mundo.
Vitor Athayde, que nesta terça-feira (7 de julho) faria 38 anos, havia sido seqüestrado em sua residência, no CondomÃnio Vilas do Atlântico, quando se preparava para viajar, como representante da FAO, para a cidade de Juazeiro, no Vale do São Francisco, onde seria conferencista de um encontro sobre agricultura familiar e alimentação. O site-blog Bahia em Pauta produz breve memória do caso, nesta segunda-feira (6), em que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, se reúne com os membros do Tribunal de Justiça da Bahia , em Salvador, por considerar este um caso emblemático a merecer atenção de juizes e cidadãos sobre o paÃs e suas instituições.
O pesquisador da UFBA foi assassinado a pedras pelo cantor de arrocha José Raimundo Cerqueira da Paixão, 25 anos, conhecido como José Abelha. Para consumar o crime, Abelha contou com a ajuda de seu sobrinho Juracy Oliveira dos Santos, 23, do amigo Carlos Alberto dos Santos, 24, e outro membro da quadrilha chamado Valdir. José Raimundo chegou a efetuar um saque de R$ 2,4 mil com o cartão bancário de Vitor. Para confundir mais a polÃcia, o carro do economista foi incendiado em um terreno baldio próximo ao conjunto habitacional do CAJI, no municÃpio de Lauro de Freitas.
O assassino e seus comparsas foram todos detidos. Juracy e Carlos Alberto confessaram que receberam R$ 2 mil de Abelha, que trabalhava como pedreiro na casa do economista. Abelha foi preso pela polÃcia na cidade de Conceição de Feira e os outros dois envolvidos, em Salvador. Três anos depois do crime que chocou os baianos, nenhum dos envolvidos foi julgado, nem mesmo Abelha, que aproveita-se da impunidade a aposta na falta de memória da população, da cumplicidade do criminoso com “poderosos” e da lentidão da justiça baiana (como da brasileira em geral) para tentar trocar a condição de autor de crime bárbaro e hediondo para a de vÃtima.
Eis um episódio exemplar para o ministro presidente do Supremo, Gilmar Mendes, analisar com os magistrados baianos nesta segunda-feira em que ele visita a Bahia.Este site-blog publica,também, logo abaixo, artigo da socióloga Graça Azevedo, mãe de Vitor Athayde. Libelo pungente que ajuda na reflexão sobre este caso trágico e sobre a situação da Bahia, em particular, e do PaÃs em geral.
( Postado por: Vitor Hugo Soares)